Friday, 23 May 2008

E se...? (O regresso...)

Há uns tempos atrás apresentei algumas das minhas dúvidas existenciais num outro post. Aqui fica a segunda parte da "história".

"
E se... encontro um aluno no Trumps ou outro local similar?"... era uma das perguntas.

Local: Trumps
Situação: Em plena dança e com algum álcool no sangue.
Gayju: Olá "Édipo". Como está?
Édipo: Olá. Tudo bem? Hum... de onde é que eu te conheço?
Gayju (que afinal era aluno): Das aulas de (...).
Bastante surpreendido com a lata do aluno, rio-me (com aquele sorrisinho "busted"), expresso um "Ah. Ok. Fixe. hehe" e continuo a dançar como se nada se tivesse passado.

Local: Em frente ao Sétimo Céu (estavam a oferecer uns shots grátis. Não que eu frequente estes sítios. Cruzes credo "córror". E o Trumps também foi por acidente. Claro...).
Situação: Um pouco alcoolizado por causa dos shots grátis e dos mega-mojitos gentilmente oferecidos.
Aluna 1 e 2: Olá!
Édipo-constrangido-e-com-vontade-de-fugir: Olá. Tudo bem? Por aqui? Eh pá, aqui estão a dar uns shots muito bons com café e rum e tem uns mojitos muito bons.
Aluna 1 (que suspeito ser "funfia"): Aqui?
Édipo-já-não-tão-constrangido: Sim. Aqui.
Presumível funfia: Aqui?! (estilo... "Estás mesmo aqui? De certeza que não estás enganado?")
Édipo-confiante: Sim. Aqui!
Funfia: Ok. Deixa lá.
Vamos ali à Katedral.
Édipo: Ok. Também gosto muito. A música é boa. ("Hmmm... afinal saíram as 2 sozinhas. Serão mesmo funfias?").
Funfia e aluna 2 (presumível funfia submissa, porque não falou o tempo todo): Ok. Então adeus!
Édipo-com-sorriso-busted-na-cara: Adeus! Divirtam-se!

E agora a moral da história muito bonitinha e politicamente correcta: E pronto. Não vale a pena esconder seja o que for. Temos de agarrar a "besta" pela frente, porque podemos correr o risco que ela nos morda por detrás, quando menos esperamos. (ainda que uma mordidelazita de vez em quando, até sabe bem... mas isso agora não interessa nada!).

8 comments:

Anonymous said...

Pelo título e pela história, fico na dúvida se foi uma história contada em duas partes ou se foram dois filmes com a mesma história...

Mas independentemente do critério cinematográfico, uma coisas parece-me certa: a vida continua.

E ainda bem que fui reler o post original, senão ia repetir-me (cuidado que o link não funciona).

Posso acrescentar que também já acrescentei à minha lista 'gayjus', um gajo que frequenta o ginásio que frequento... e com isso (quase) todos os gajos que falam com ele... o que não seria nenhuma surpresa...

Eu continuo a ser quem sou e é isso que me dá força para continuar a ser quem sou: EU! ;)

Felisberto said...

e tudo corre bem quando acaba bem
:-)
e diga-se, falo como aluno, tive professores que tive imensa pena de nunca os ter encontrado em situações como esta...teria sido fantástico...é fantástico ver que os professores também são humanos lol

Édipo said...

Enginethrobs: A segunda história aconteceu uma semana depois da primeira. ;-)
Já alterei o link. Obrigado!
E fazes tu muito bem em ser "Eu"! Abraço!

Emanuel: Sim. Eu não levei a mal. Não nego que na aula seguinte estava com um bocado curioso pela reacção mas tudo correu bem.
E sim... muitos dos professores universitários são uma grandes bichonas! Essa é que é essa! Assim como em todas as profissões. É pena é a muitos deles estarem casados... mas são opções. Não entendas isto como estar a julgar e a achar-me superior. Apenas tenho pena de não se assumirem... para bem de todos nós.
Abraço!

Aequillibrium said...

não keres ser meu professor....?

;)

beijão!!

Felisberto said...

Sabes, sou um aluno das letras, então no meu 11º ano tive um professor de Alemão que pegava imensooooo comigo, e a atitude dele para comigo sempre foi extremamente dúbia...a relação dele comigo era de amor ódio, tanto me fechava a porta na cara como vinha po pé de mim sentar-se e conversar sobre os meus pecados lol só mais tarde bem mais tarde é que me apercebi, o gajo era gay e a teoria desenhada pelo pessoal foi a óbvia lol ele tinha um fraco por mim ahahah óbvio que é tudo uma brincadeira, mas dá pa pensar o quanto estes coitados destes professores dveem ter que recalcar por medo, e depois têm atitudes esquisitas que ninguém entende. Tal como dizes, seria bem mais positivo, mesmo para o ambiente académico e escolar, que as pessoas fossem mais Humanas. Especialmente OS professores. Não sei o que vos ensinam na faculdade, mas anda longe da realidade inter-pessoal e do dinamismo emocional que deve viver num estabelecimento de ensino.
E porque nunca é demais, parabéns pelo blog;-)

Anonymous said...

Emanuel: a realidade inter-pessoal e o dinamismo emocional que existe num estabelecimento de ensino não é diferente dos outros espaços.

A pressão da sociedade ainda é demasiado forte...

Ou será que num ginásio não há instrutores com curiosidade sobre alguns dos clientes? Ou mesmo entre utentes?
E no restaurante onde geralmente almoças, onde vão ou passam pessoas que normalmente olham pelo menos DUAS vezes para ti? E que esses olhares são rápidos mas os suficientes para demonstrarem interesse no que estão a ver?

Digam-me que eu sou o único paranóico que assiste a esta realidade "inter-pessoal"...

Eu acredito que tudo seria mais fácil se houvesse Honestidade, comunicação e transparência.
Mas já me resignei a pensar que é pedir muito.

Eu não tenho pena dos gays casados ou profes de Humanidades... (da mesma maneira de que não tenho pena de drogados):
Já há suficiente informação para que se siga o caminho certo; se não o escolhem, é porque não o querem.

ah.... a pressão da sociedade...

Mas aí dou a mão à palmatória e a cada dia que passa acredito mais no que o Ibearico defendeu no post: o que interessa é mudar as mentalidades das pessoas que nos rodeiam... quanto mais não seja para vivermos uma vida rodeada de pessoas nos respeitem e nos queiram bem.

E até posso dizer que as relações inter-pessoais não são mais fáceis dentro do meio...
Esta sexta-feira estou a planear ir aos sítios do costume do Bairro Alto e Trump-alhadas e afins e será sempre o mesmo: dezenas e dezenas de faces dos perfis do Gaydar (ou de qualquer outro site... as caras são sempre as mesmas), algumas das quais teclaram comigo mas que ali agem como se fosse invisível...
Até já sugeri aos meus amigos irmos para o Maria Lisboa, pois aí de certeza que não haverá ninguém conhecido ;)

PS: por acaso, no Bairro Alto houve um gajo que veio falar comigo... e que eu não estava à espera!
Nem tudo é assim tão mau... ;);)
A ver se o encontro outra vez!

Édipo said...

Aequillibrium: Tu querias era levar umas réguadas. Pensas que eu não sei?! :P

Emanuel e enginethrobs: As relações de poder também são relações sexuais. O poder é estimulante, atractivo, sedutor. E a relação professor aluno é uma relação de poder, assim como uma relação SM ou outros tipos de relações noutros locais de trabalho entre patrão/patroa e empregado/empregada (não enginethrobs, não estás louco! Isto acontece em vários contextos de forma mais ou menos despercebida).
E às vezes para um professor ou aluno é difícil gerir as relações e emoções associadas e nem todos o conseguem fazer, como no caso do teu professor.
Quanto ao resto que o enginethrobs disse, concordo com tudo!
O que interessa é quem nos rodeia e de facto compreendo mas não concordo com essas relações virtuais desvirtuosas (que só existem por teclas, mas não for fala e olhos nos olhos...). Enfim... porquê criticar os não-assumidos complexados quando ainda há tantos assumidos complexados? Acho que temos de começar a limpeza na nossa própria "casa"... ;-)

Felisberto said...

Pois, de novo, penso que estamos em concordancia, excepto num ponto, enginethrobs, penso que num estabelecimento de ensino a responsabilidade e a importancia de haver esse dinamismo e humanização, deve prevalecer. É o elemento educação, o elemento formação...é nos estabelecimentos de ensino que a humanidade, a honestidade e a verdade devem começar, e porque são o ponto de partida, ganham essa importancia maior do que os restantes locais que referiste.
No mais, concordo contigo, mas apesar da minha modesta idade de vinte e um aninhos, muito sinceramente aprendi que não devemos exigir muito neste meio...a "raça homem" é fria e calculista na sua maioria, daí que não me afecta as atitudes que descreveste e que de alguma forma te devem revoltar, porque, onde está a humanidade (caracteristica humana) em perfis que tencionam dar-se como humanos e cá fora não transparecem o calor dessa humanidade? simplesmente não vale a pena...por norma sou um optimista antropológico, mas tenho esta minha excepção...talvez pk senti na pele.

édipo: concordo que os professores tb devem ter dificuldades...e compreendo...acho até uma certa piada...mas, passa tudo por uma boa formação pessoal...
abraço pessoal