Monday, 31 August 2009

Do começo ao fim (Um amor diferente)

Até que ponto a sinceridade dos sentimentos deve ser subjugada por condicionantes externas?

Tuesday, 25 August 2009

O homem da minha vida tem um cancro no cérebro!

Calma. Isto foi apenas um sonho que tive esta semana!

Já na fase meio a dormir meio acordado de manhã, começou a desenvolver-se um telenovela no meu cérebro.


No meio de algum acontecimento social de que não me lembro, lá estava ele. Alto, espadaúdo, masculino, peludo, careca e com barba de 3 dias.
Não sei o que terá sido mais intenso, o tremor de 7.0 na escala de Richter com epicentro nas pernas ou o tsunami em forma de transpiração que se libertava dos meus poros.
O que é verdade é que fiquei instantaneamente apaixonado por esta pessoa que nunca tinha conhecido e o mesmo percebi ter acontecido com ele [caro leitor, tenha calma que isto não vai tornar-se um romance da Danielle Steel!].
Não nos largámos a partir daí. Literalmente. Tocávamos constantemente, agarrávamos constantemente. Até aqui nada muito sexual, apenas um "agarra para não mais deixar fugir". Durou pouco.
Dou por mim abraçando-o por trás já com as calças em baixo. Ufff. Que me vuelves loco!
Sem razão aparente ele controlou-se. Parou. Começou a ficar evasivo. A desculpar-se. E foi-se embora. Não percebi...
Mais tarde, junto ao amigo com quem ele estava, percebi. "Ele vai ser operado ao cérebro" disse o amigo. Um clique deu-se na minha cabeça e logo no meu pensamento disse: "Oh! Coitadinhooooo!" Pois. Não sabe se vai viver ou não e apesar de se ter apaixonado por mim, não quer arriscar ter-me, para não me magoar. [Dizia eu qual guionista de telenovela Venezuelana].
Que filme fiz eu logo! E que vontade me deu ainda mais para estar com ele.

No momento em que decido ir dizer-lhe isso e jurar o meu eterno amor (até que o cérebro se separe!), a voz da minha mãe surge à porta do quarto: "Levanta-te. Está na hora de voltarmos a Lisboa". Obrigado mãe. Agora que ia ter em sonhos o sexo e amor que não tenho na vida real, privaste-me dessa ilusão!

Contando este sonho aos meus amigos, ninguém se espanta. Nas minhas relações procuro sempre ajudar os coitadinhos, os perdidos, os armários, os frágeis, os descompensados, desta vida. Portanto, muito naturalmente, nos meus sonhos, o homem da minha vida teria de ter um cancro no cérebro!
Eu, por outro lado, na vida real, cá me fico com o meu Síndrome de Madre Teresa de Calcutá, enquanto algures Freud se ri de quão auto-biográfico foi o meu sonho.

Saturday, 15 August 2009

Virtualidades #2

Gay genérico #1 says: Bem, tou cheio de tusa e quero foder. Procuro um gajo que me deixe mamar e que me coma.
Nostromo says: Parece-me bem. Porém não alinho nisso com pessoal que ainda nem sequer vi.
GG #1 says: Fazes bem. Eu além do que ja disse sou verde e tenho duas antenas na cabeça.
Nostromo says: Sexy!
GG #1 says: Nem sonhas o que eu sou capaz de fazer com as antenas.
Nostromo says: É melhor não sonhar com isso... ainda acordo mal disposto.
GG #1 says: Agora a sério. Sou casado e estou sozinho em casa e não quero mostrar a cara sem conhecer.
Nostromo says: Espera lá, isso não é um bocado contraditório?
GG #1 says: O quê.
Nostromo says: Qual é o problema entre mostrar a cara aqui ou depois? O "pior" que pode acontecer se mostrares aqui é eu dizer não e pronto, poupa-se tempo a ambos não é?
GG #1 says: Não, o pior que pode a contecer a quem mostra a cara na web em certos contextos é ser exposto sem autorização do próprio.
Nostromo says: .... Se mostras é porque que carregaste no botão.
GG #1 says: Não percebi.
Nostromo says: Nota-se.

Entretanto, noutro canto de Narnia...

GG#2 says: Queres tomar um cafe? tens disponibilidade? conhecer e quem sabe sexo?
Nostromo says: Yah. Café parece-me bem
GG#2 says: Eu e o meu primos somos bi. Podemos os 3 tomar café.
Nostromo says: Obrigado pelo convite, mas prefiro conhecer uma pessoa de cada vez. Sou velha guarda.
Posto isto, acho que vou é ali para o Bairro Alto, lá para as zonas do Club da Esquina, tentar engatar transeuntes com post-its rosa choque. O MSN devia ter uma verificação de QI quando os profiles estão a ser registados.

Cândido ou O Voyerismo

O tom confessional e amador das entrevistas da revista BUTT aos seus féis seguidores, também conhecidos como BUTTHEADS, estão a ser transpostas para vídeo. Travis Matthews iniciou o projecto In Their Room com o objectivo de entrevistar BUTTHEADS de todos os quadrantes - sociais, estéticos, etc - nos seus quartos, nos seus santuáruios, como se ele não estivesse lá. O resultado? É o registo puro e inocente dos seus hábitos, desejos, inseguranças, interesses, vulnerabilidades, e opiniões com o objectivo de encontrar pontos comuns que os unem a todos, talvez até a nós.


Sunday, 2 August 2009

Prato do dia: Pensamento heteronormativo, com um bocadinho de misoginia para apurar o cozinhado

Mas por que considera que ser homossexual é ter um comportamento de risco? A pergunta não devia ser: Fez sexo desprotegido, independentemente da orientação sexual?

Todos os dados apontam no sentido de haver uma maior liberalidade do comportamento das pessoas que têm sexo com outros homens. E vou evitar usar a palavra homossexual, porque parece que não é politicamente correcto. Por causa do politicamente correcto, quase nos falta palavras para usar. Não posso falar de selecção de dadores, que me chamam Hitler. Nós não temos absolutamente nada contra os homossexuais. A doação de sangue é feita sem olhar a religião, a partidos, a nada. É feita porque há pessoas que precisam dela. Todo o esforço tem que ser o de encontrar o melhor sangue. Mas então toda a Europa, todo o mundo está enganado? Países muito liberais, como a Holanda ou a Suécia, estão enganados quando dizem que esse comportamento é de risco?


Ora está claro. Os casais homossexuais são tão livres tão livres que até têm os mesmo direitos. Não percebo porque que é que se queixam.

Homens que têm sexo com homens são excluídos em toda a Europa?

São, excepto na Itália. É evidente que tudo é baseado na confidencialidade. O dador chega e são-lhe feitas perguntas que são muito embaraçosas para qualquer pessoa. Mas se a pessoa quer dar sangue, tem que fazer isto. Sabemos quais as situações de risco e temos que perguntar até chegarmos àquele ponto em que consideramos: tenho dúvidas. E, na dúvida, não aceitamos.


Ai ai ai... o embaraço de admitir que se é homossexual. Toda a gente sabe que as carrinhas de recolha de sangue são acompanhadas por carrinhas do Pingo Doce, cheias de vegetais fora do prazo, para que o vexame seja acompanhado de salada mista e apupos.

Qual é a pergunta que faz com que a exclusão seja pelo comportamento e não pelo facto de serem homossexuais. É-lhes perguntado se usam ou não preservativo?

Pode ser perguntado. Temos dezenas de médicos a fazer rastreios, cada um tem a sua técnica. É evidente que não podemos hostilizar o candidato, mas precisamos que tenha a certeza que não põe o receptor em perigo. Só seleccionamos o sangue que temos quase a garantia que é o melhor sangue.


Tarde demais. Diria que a exclusão à partida baseado em argumentos contraditórios é um acto hostil. E parvo.

Mas qual é exactamente comportamento de risco nos homossexuais que faz com que sejam excluídos?

Múltiplos parceiros, relações não protegidas, fazer sexo oral e anal.


Eu cá não me importava nada de ter múltiplos parceiros em relações não protegidas, mas infelizmente não tenho. Porque será? Ah, é verdade, senso comum. Esse exercício mental que parece ser ficção científica hoje em dia. Tal como um casal heterossexual fazer sexo oral e anal, igualmente ficção científica, quiçá mito urbano.

A história em contradições continua aqui, numa entrevista ao Dr Gabriel de Olim, Presidente do Instituto Português do Sangue, em plena roda viva de argumentos contraditórios com muito jogo de cintura semântico à mistura. As influências do Dr Olim são notórias...